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Qual a relação entre alimentação, genética e saúde?

Por danielamaia - Difusão

Última atualização em 23/09/2015

De acordo com o professor Thomas Ong, pesquisador do FoRC e especialista em nutrigenômica, após o sequenciamento do DNA humano, pelo Projeto Genoma, sabe-se que a saúde do indivíduo está ligada a uma série de fatores além dos genéticos. “Havia uma expectativa de que a cura de doenças como câncer, diabetes, obesidade e outras pudesse ser uma consequência direta do sequenciamento do DNA. Mas isso não ocorreu. Constatou-se que as variáveis ambientais pesam também e que a genética, sozinha, não explica tudo”, resume.

Segundo ele, hoje as pesquisas tentam entender como os fatores ambientais influenciam o funcionamento dos genes. E um dos fatores ambientais preponderantes é a alimentação. “Os alimentos, além de conter nutrientes como carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e minerais, contêm os chamados compostos bioativos. E cada um desses compostos tem diferentes maneiras de afetar o funcionamento dos genes. Dependendo dessa influência, o indivíduo tem chances maiores ou menores de desenvolver determinadas doenças, ou de preveni-las”, explica Ong. “Os pesquisadores estão procurando entender o que esse conjunto de bioativos faz no organismo.”

Além do mais, hoje se sabe que os indivíduos têm variações genéticas. De acordo com as combinações dessas variações, a pessoa pode ter maior ou menor propensão ao desenvolvimento de doenças. “Com base nas informações que hoje conseguimos obter por meio de pesquisas desenvolvidas nesse momento pós Projeto Genoma Humano, queremos tornar possível predizer os riscos de desenvolvimento de enfermidades. Assim poderemos interferir, inclusive, manipulando a dieta dos indivíduos, tanto para ajudar a impedir o aparecimento delas quanto para melhorar a performance do organismo”, prevê. “As doenças crônicas demoram décadas para se manifestar. O que significa que há tempo para se cuidar, melhorar a alimentação e os hábitos sedentários.”

O professor salienta que o bom senso de evitar o excesso de sal, gordura e açúcar continua válido. “Olhando para o futuro, posso destacar a importância do consumo de frutas e verduras. É sabido, pelos estudos em curso, que elas promovem maior proteção contra doenças crônicas.”

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